Reportagem retirada do Boletim Acontece na Rede nº361 de Agosto de 2016
Gianfrancesco Guarnieri aposta em Roteiros de Estudo
Iniciativa oferece autonomia para as crianças aprenderem a ser responsáveis
Dar autonomia às crianças para que elas se tornem cada vez mais responsáveis e atuantes em relação ao seu próprio aprendizado.
Essa é uma das conquistas da equipe de gestores e professores da EPG Gianfrancesco Guarnieri, que investe em Roteiros de Estudo para os alunos do Ensino Fundamental, tornando-os corresponsáveis pelo seu próprio aprendizado.
Um Roteiro com a cara da nossa turma
O trabalho em sala de aula é diferenciado. A professora da turma do 4º ano, Valéria Melo de Oliveira Santos, explica que as assembleias que acontecem semanalmente dão o tom do que vai acontecer em sala, pois são os alunos que escolhem, por meio de votação, quais temas serão abordados nos Roteiros de Estudo. Escolhido o tema, professora e alunos montam o Roteiro juntos.
Nesse momento, os alunos do 4º ano se dedicam a um Roteiro sobre o folclore, que traz atividades de todas as áreas do conhecimento, todas elas relacionadas ao tema. Valéria conta que os alunos têm plena autonomia no momento de execução dos roteiros e que também têm muita responsabilidade uns com os outros.
Os alunos Ruan, Kaynan, Luana e Elgin estudam juntos a parte do Roteiro que fala das Brincadeiras Populares. Um ajuda o outro a entender as atividades de matemática. “Aqui tá tudo certo, estamos nos dando bem aqui no grupo, todo mundo se ajudando e entendendo bem”, observa Elgin.
Um Roteiro que respeita o tempo de aprendizagem dos alunos
De acordo com a professora, os Roteiros de Estudo não têm um prazo exato para terminar: “eles duram o tempo necessário para que todos se apropriem das atividades, pois respeita o tempo da criança. Os alunos se agruparam por finalidade, foram eles próprios que se dividiram e escolheram com quem desejavam trabalhar”, explica Valéria.
A coordenadora Suelene de Oliveira Cândido chama a atenção para os materiais manipulativos disponíveis aos alunos, que ajudam no momento de realização dos Roteiros: “aqui nós temos jogos, netbooks, pendrives, globo terrestre, quebra-cabeças, dobraduras, livros, dicionários, ferramentas que ajudam os alunos a desenvolverem as atividades”.
Depois de decidir em votação qual seria o Roteiro de Estudo, os alunos escolheram quais lendas deveriam compor as atividades. “Selecionei o material de modo a contemplar a escolha da turma, criei muitas atividades com saberes das áreas de matemática, como sistema financeiro e divisão, além de interpretação textual, no eixo de Comunicação e Expressão”.
Valeria explica que nada impede que os próprios alunos tragam conteúdos para compor o material. Ela conta também que a turma usa aplicativos e redes sociais para compartilharem ideias, colocando a tecnologia a serviço do aprendizado.
Mediando conflitos
Os alunos contam que, se alguém faz bagunça ou barulho fora de hora, eles próprios conversam entre si, para remediar a situação.
A aluna Laís é uma entusiasta dos Roteiros de Estudo. Para ela, estudar tem sido uma grande diversão: “Estamos aprendendo muito com os Roteiros, porque ao mesmo tempo em que fala das lendas, ele também nos mostra as continhas, e isso faz que a gente fique cada vez mais interessado e então a gente quer aprender sempre mais”.
Os alunos contam que o que mais gostam é o modo como a professora Valéria ensina: “O Roteiro é uma boa maneira de aprender, a professora Valéria ensina muitas coisas para a gente, estou gostando muito”, reforça a aluna Karina.
Valéria conta que o próximo Roteiro de Estudo ainda não foi decidido pela turma, mas que eles já sinalizaram algumas preferências: “alguns alunos falaram sobre a urna eletrônica e aproveitando que estamos em ano de eleição, vamos colocar essa opção em votação“.
Autonomia, respeito e responsabilidade
As reuniões com as comissões de alunos são mensais e acontecem com os Conselheiros Mirins, representantes de sala eleitos pelos próprios colegas.
Elisabete e Mateus Nicolau são os Conselheiros Mirins da turma do 4º ano. Para ela, um dos maiores desafios dessa função é a representação da turma nas assembleias: “a gente elogia, mas também critica algumas coisas que a gente não gosta e sugere quando alguma coisa tem que melhorar”.
Mateus acredita que foi escolhido pela turma porque tem características essenciais à função: “respeito muito as pessoas, quero o melhor para todos e dou o meu melhor nos estudos”.
Nessas reuniões, as crianças levam as sugestões, críticas e elogios da turma que serão discutidos junto à coordenação pedagógica. O resultado dessas discussões é divulgado no painel Fique Ligado e pautam a Assembleia Escolar.
No semestre passado, os alunos decidiram em Assembleia o que seria feito do laboratório de informática, depois que a escola recebeu o carrinho móvel com netbooks. Inquietos, os alunos estavam ansiosos por decidir de que modo aquele espaço disponível seria reaproveitado pela escola.
A Comissão de alunos destacou três propostas, e o que foi decidido democraticamente por meio de votação foi o uso do espaço para a criação de um novo Salão de Artes.
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